segunda-feira, 4 de julho de 2016

Escritores criativos e devaneio (1908 /1907) , Freud

 
Por: Sigmund Freud

Nós, leigos, sempre sentimos uma intensa curiosidade - como o Cardeal que fez uma idêntica indagação a Ariosto - em saber de que fontes esse estranho ser, o escritor criativo, retira seu material, e como consegue impressionar-nos com o mesmo e despertar-nos emoções das quais talvez nem nos julgássemos capazes. Nosso interesse intensifica-se ainda mais pelo fato de que, ao ser interrogado, o escritor não nos oferece uma explicação, ou pelo menos nenhuma satisfatória; e de forma alguma ele é enfraquecido por sabermos que nem a mais clara compreensão interna (insight) dos determinantes de sua escolha de material e da natureza da arte de criação imaginativa em nada irá contribuir para nos tornar escritores criativos.

Se ao menos pudéssemos descobrir em nós mesmos ou em nossos semelhantes uma atividade afim à criação literária! Uma investigação dessa atividade nos daria a esperança de obter as primeiras explicações do trabalho criador do escritor. E, na verdade, essa perspectiva é possível. Afinal, os próprios escritores criativos gostam de diminuir a distância entre a sua classe e o homem comum, assegurando-nos com muita freqüência de que todos, no íntimo, somos poetas, e de que só com o último homem morrerá o último poeta.


                            Reflexão do texto por Sílvia Antunes

       Freud explica cuidadosamente que o devaneio do escritor oculta em seu íntimo as mais profundas fantasias, tendo o leitor como extensão de um trabalho, observando também sua aceitação.
     Posso contribuir com minha própria experiência. Iniciei em 2005 escrever um romance. Em minha história, o clássico enredo de moça apaixonada por um rapaz pobre, e um pretendente rico. O desfecho se dá no fim do século XVIII, na cidade de Pedras Brancas(RS), e segue sua trajetória na cidade de Porto Alegre ( cidade onde nasci) acrescentando um pouco de aventura, busca por um tesouro e complementando com fatos históricos, mas sem comprometer com as pessoas reais. 
     Também iniciei outra história, mas com enredo politico, posso dizer que o que escrevi nas duas histórias nada mais é do que alguns fatos de minha vida, misturados as personagens.  
      Então, concluo que Freud me explica como escritora criadora sim, pois estou refletindo e no íntimo expondo ideias e ações, nos personagens.
     
      Busco concluir as histórias, confesso que não tenho pressa, mas gostaria de ver outras pessoas lendo o que escrevi. Quem sabe eu posto um capítulo? alguém tem interesse em conhecê-las?

        


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