Empoderamento
Dentro
do amplo referencial Freireano, é importante realçar que o empoderamento não é
apenas um ato psicológico, individual, mas um ato social e político, pois o ser
humano, para Freire, é intrinsecamente social e político, é pessoa=relação. A própria
consciência é sempre social, já a partir da própria etimologia: scire - saber e
cum - com (GUARESCHI, 2006). Em muitos de seus escritos, Freire afirma que não
acredita numa autolibertação, mas que a libertação é sempre social e coletiva: Mesmo quando você se sente, individualmente,
mais livre, se esse sentimento não é um sentimento social, se você não é capaz
de usar sua liberdade-recente para ajudar os outros a se libertarem através da
transformação da sociedade, então você só está exercitando uma atitude
individualista no sentido do empowerment ou da liberdade. (1986, p. 135)
Em todas
as leituras, percebe-se o ato de lutar para se letrar através de nosso conhecimento.
Não apenas alfabetizar-se, mas conhecer-se. Descobrir-se como protagonista
deste ler o mundo, ter coragem para lutar a favor da democracia. Quarenta horas
de Angico e sem cartilha, em 1963 demonstrou a idéia de que podemos sim ir
além. Alfabetizar letrando , ensinar aprendendo e ouvindo as vivências.
Práticas que atuam na sala de aula, alfabetizar partindo da realidade do
educando, trabalhar o que também as crianças conhecem. Pois o trabalho de Paulo
Freire não é só para adultos, é também para alfabetizar crianças.
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