domingo, 22 de abril de 2018


     Empoderamento



Dentro do amplo referencial Freireano, é importante realçar que o empoderamento não é apenas um ato psicológico, individual, mas um ato social e político, pois o ser humano, para Freire, é intrinsecamente social e político, é pessoa=relação. A própria consciência é sempre social, já a partir da própria etimologia: scire - saber e cum - com (GUARESCHI, 2006). Em muitos de seus escritos, Freire afirma que não acredita numa autolibertação, mas que a libertação é sempre social e coletiva:  Mesmo quando você se sente, individualmente, mais livre, se esse sentimento não é um sentimento social, se você não é capaz de usar sua liberdade-recente para ajudar os outros a se libertarem através da transformação da sociedade, então você só está exercitando uma atitude individualista no sentido do empowerment ou da liberdade. (1986, p. 135)
Em todas as leituras, percebe-se o ato de lutar para se letrar através de nosso conhecimento. Não apenas alfabetizar-se, mas conhecer-se. Descobrir-se como protagonista deste ler o mundo, ter coragem para lutar a favor da democracia. Quarenta horas de Angico e sem cartilha, em 1963 demonstrou a idéia de que podemos sim ir além. Alfabetizar letrando , ensinar aprendendo e ouvindo as vivências. Práticas que atuam na sala de aula, alfabetizar partindo da realidade do educando, trabalhar o que também as crianças conhecem. Pois o trabalho de Paulo Freire não é só para adultos, é também para alfabetizar crianças.


       

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